A discussão dos construtores da Religião Pagã

Segunda parte

O significado de: progredir no conhecimento

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

A discussão dos construtores da Religião Pagã

 

As diversas leis que governam o agir do Pagão Politeísta na construção da Religião Pagã, e na difusão dos princípios sociais do Paganismo, são estabelecidas pelas diversas condições sociais, econômicas e emotivas, nas quais os Seres Humanos vivem.

Se considerarmos o fator mudança, tempo, perceberemos que em cada fase da difusão da ideia religiosa pagã existem necessidades de diferentes e específicas divulgações. Em cada fase as leis, através das quais se apresenta o paganismo, têm características próprias e não é possível transferi-las mecanicamente de uma fase à outra, de uma sociedade à outra, de uma cultura à outra, de um tempo vivido a um outro tempo vivido.

Consideramos que a religião Pagã Politeísta é portadora de características doutrinais próprias: em que, também as leis que as governam têm características próprias e não podem ser transferidas mecanicamente de um complexo religioso a um outro. Nem podem ser usadas as características de um conjunto religioso monoteísta para difundir as ideias religiosas pagãs.

Consideramos a questão nacional ou os conjuntos específicos sócio-culturais. Cada país, cada nação e cada região têm características próprias. Características que são o produto do que vieram a ser, com as suas transformações que nasceram no passado, solucionaram contradições do passado, mas que se manifestam como um presente. O presente em que vivemos é o produto das adaptações culturais dos homens com base na particularidade deles em perceberem as solicitações do mundo e para se adaptarem a elas. Como consequência, também a difusão das ideias Pagãs, que respondem às leis e características próprias conforme as condições culturais nas quais se age.

Estudando a expressão de todas essas pessoas que difundiram ideias Pagãs nas diversas fases históricas e nas diversas situações culturais e sociais, devemos prestar a máxima atenção às características e ao desenvolvimento das leis e das situações, devemos fixar a máxima atenção para evitar qualquer tentativa em repetir, de um modo mecânico, experiências e métodos do passado.

Um Pagão é um indivíduo que se enriquece e cresce. Cresce e se modifica nos limites do possível e da situação em que vive. Mas quando, exteriormente, podemos dizer que um Pagão cresceu? Quando podemos dizer que um Pagão é digno de atenção e, se necessário, guiar outros Pagãos no desenvolvimento?

Se um Pagão, no início do seu caminho, manifesta sentimentos de harmonia e de "comunhão" com o mundo em que vive e depois aprende a racionalizar este seu sentir, justificá-lo e transmiti-lo a outros, significa que fez progressos; que evoluiu. Exercitar um sentimento dentro de si mesmo e externar o sentimento argumentando-o e justificando-o, segundo as leis da cultura em que determinado Pagão vive, não é a mesma coisa.

Se um Pagão, no início, é capaz de provar entusiasmos emotivos pelo mundo, ou nos aspectos do mundo que o cerca, demonstrando-se capaz de transmitir racionalmente aquele seu entusiasmo emotivo em ambientes culturais diferentes daquele em que formou a sua percepção, significa, igualmente, que fez progressos; que evoluiu.

Para o desenvolvimento da cultura nos ambientes sociais; para o desenvolvimento da racionalidade filosófica e científica das culturas humanas, as condições, nas quais o Pagão Politeísta deve manifestar o seu ser uma pessoa religiosa e o seu modo de ver o mundo e a sociedade, variam de uma situação à outra na mesma nação ou na mesma cultura.

Se um Pagão, capaz de manifestar as suas ideias, no seu círculo de Pagãos, demonstra-se capaz para argumentar com pessoas de convicções religiosas diversas, significa que fez progressos; aumentou o seu conhecimento religioso.

O Pagão capaz de manifestar as suas ideias religiosas somente entre pagãos do mesmo tipo e que tende a afastar-se, ou a insultar quando encontra Pagãos diferentes dele, significa que não fez nenhum progresso. Significa que as suas convicções religiosas são muito escassas e o seu conhecimento medíocre.

Temos alguns Pagãos que, satisfeitos com o equilíbrio que alcançaram no grupo deles, saciados com a capacidade deles em argumentar sobre um número limitado de questões, não progridem mais. Estes podem ter contribuído em parte na construção da Religião Pagã Politeísta em um determinado lugar, ou em um determinado momento, no entanto não poderão ter a não ser um pequeno desempenho. Com frequência, eles estarão propensos, dessa forma, a defenderem a posição deles, todavia, os progressos de outros Pagãos, eles verão como uma ameaça à posição que ocupam.

A Religião Pagã Politeísta necessita de pessoas religiosas que estão conscientizadas dos relacionamentos com os Deuses, e que terão a capacidade e a ousadia de argumentar, oportunamente, essas convicções. Argumentarem, e sempre prontos a compreenderem aonde estão as suas imperfeições e dispostos a preencherem as lacunas, por meio do relacionamento com o mundo, que sempre estará pronto a apresentar-lhes o modo para eliminarem as suas falhas.

Todas as leis da expansão do Paganismo evoluem seguindo a evolução da transformação das condições humanas.

Nada, em absoluto, é imutável. Tudo se transforma. A sociedade em que vivemos hoje não é mais a sociedade na qual vivemos ontem, e uma sociedade diferente se prepara para se renovar a cada novo surgimento do Sol.

Marghera, 18.09.2008

*As outras partes referentes a este discurso*:

Primeira parte: O Pagão Politeísta, a Religião Pagã Politeísta e as ideias erradas dos pagãos

Segunda parte: O que significa "fazer progressos" no Paganismo Politeísta

Terceira parte: O significado do progredir na liberdade da ideologia religiosa que tem a pretensão de possuir as pessoas, na religião Pagã Politeísta

Quarta parte: A ação moral do Pagão Politeísta no conjunto social

Quinta parte: o ser adepto à realidade social do Pagão Politeísta para a construção da Religião Pagã Politeísta

Sexta parte: A Federação Pagã e a sociedade do Pagão Politeísta

Marghera, 18.09.2008

 

A tradução foi publicada 15 de junho de 2016

Aqui você pode encontrar a versão original em italiano

 

Claudio Simeoni

Mecânico

Aprendiz Stregone

Guardião do Anticristo

Membro fundador da Federação Pagã

Piaz.le Parmesan, 8

30175 - Marghera - Venezia - Italy

Tel. 3277862784

e-mail: claudiosimeoni@libero.it

O Pagão e a Construção da Religião Pagã

Descobre-se que este escrito, originalmente destinado a outro, pode servir para construir algumas reflexões sobre como construir a Religião Pagã.